Taxa Selic: entenda como ela pode impactar os seus investimentos
Acompanhar a taxa básica de juros da economia brasileira é uma forma de proteger e potencializar os ganhos da carteira de investimentos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve divulgar entre os dias 5 e 6 de novembro o novo percentual da Selic, a principal taxa de juros da economia brasileira. Atualmente, ela está em 10,75% ao ano.
O que é a Taxa Selic?
A Selic, sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, refere-se à taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como referência para a definição das demais taxas de juros praticadas no mercado, como os juros dos empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Em linhas gerais, a Selic é o custo que o governo paga ao mercado quando capta recursos por meio da venda de títulos públicos. A taxa é definida a cada 45 dias pelo Copom com base nas expectativas em torno de fatores como a inflação e crescimento econômico do país.
O principal objetivo de ajustes na Selic é controlar a inflação, aumentando-a quando os preços estão subindo muito rápido, e reduzindo-a quando a economia precisa de estímulo para crescer.
Mas, final, como a Taxa Selic influencia os investimentos? E qual o impacto da alta ou baixa dela nos retornos financeiros?
Qual o impacto da Selic nos investimentos
Para entender como a alta ou a baixa da Selic afeta o mercado, é importante saber que ela exerce forte influência sobre praticamente todos os tipos de investimento.
Em um cenário de Selic em alta, as aplicações em renda fixa se tornam mais atrativas; enquanto em um cenário de baixa, ativos de maior risco, como ações e fundos imobiliários, ganham destaque.
“Quando a Selic aumenta, além de ajudar a desacelerar a economia e a controlar a inflação, faz com que os tipos de investimentos atrelados a taxas de juros, especialmente os ativos de renda fixa, fiquem mais rentáveis e com menor risco”, explica Marcus Castro, private banker o escritório de investimentos Potenza Capital.
Em contrapartida, diz ele, quando diminui, “investimentos como o tesouro direto por exemplo, perdem rentabilidade, enquanto o mercado de ações tende a gerar maiores ganhos financeiros.”
O sobe e desce da Selic: o que muda para cada tipo de investimento
1. Investimentos em Renda Fixa
Investimentos de renda fixa, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), Tesouro Direto e LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário/Agronegócio), são diretamente influenciados pela Selic. Quando a taxa sobe, o rendimento desses produtos aumenta, já que muitos deles estão atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que segue de perto a Selic.
Selic alta: com a Selic em alta, o governo e as instituições financeiras precisam oferecer retornos mais atrativos para captar recursos. Isso se reflete em maior rentabilidade em títulos públicos e privados. Para investidores que buscam segurança e previsibilidade, investir em Tesouro Selic, por exemplo, pode ser uma boa estratégia, uma vez que esse título acompanha diretamente a taxa de juros.
Selic baixa: quando a Selic está em queda, os rendimentos dos títulos de renda fixa tendem a cair. O cenário de juros baixos pressiona os investidores a buscar opções com maior risco para obter melhores retornos, como fundos multimercado ou até mesmo a bolsa de valores.
2. Renda Variável e Bolsa de Valores
A renda variável, que inclui ações negociadas na bolsa de valores e outros ativos de maior risco, também sente o impacto da Selic, mas de maneira inversa à renda fixa. Uma Selic alta pode prejudicar o desempenho da bolsa, enquanto uma Selic baixa tende a beneficiar o mercado acionário.
Selic alta: quando a taxa de juros está alta, o custo de captação de recursos pelas empresas também aumenta, o que pode resultar em uma desaceleração dos lucros corporativos e, consequentemente, queda no valor das ações.
Selic baixa: em cenários de Selic baixa, o custo de financiamento para empresas é reduzido, o que incentiva o crescimento corporativo. Com maiores expectativas de lucro, as ações se tornam mais atrativas para os investidores.
3. Fundos Imobiliários (FIIs)
Os Fundos Imobiliários também são afetados pela variação da Selic. Estes fundos, que investem em imóveis físicos ou ativos financeiros ligados ao mercado imobiliário, apresentam comportamento mais favorável em cenários de Selic baixa.
Selic alta: em períodos de alta da Selic, o financiamento de imóveis fica mais caro, o que pode reduzir a demanda por novos empreendimentos e impactar o mercado imobiliário.
Selic baixa: quando a Selic está baixa, o cenário é mais favorável para o setor imobiliário. O custo do crédito imobiliário diminui, incentivando a aquisição de imóveis.
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O que levar em consideração na hora de investir
Compreender o impacto da Taxa Selic nos investimentos é essencial para tomar decisões mais estratégicas e assertivas. Isso porque, seja em períodos de alta ou baixa, a Selic influencia diretamente o comportamento de diversos ativos financeiros, exigindo que os investidores ajustem suas carteiras de acordo com o cenário econômico. Mas é preciso ter cautela.
“Os cenários de alta e baixa da Selic podem trazer várias oportunidades de investimento, mas é estritamente necessário que estejam de acordo com os objetivos do investidor, respeitando o prazo e o horizonte de tempo, a expectativa de retorno e a tolerância ao risco das operações”, destaca Castro.
Para ele, uma gestão ativa e informada, com atenção às mudanças do cenário macroeconômico, pode fazer toda a diferença na hora de alcançar maior rentabilidade e mitigar riscos ao longo do tempo.
“O investidor deve ficar atento, principalmente, se as recomendações de investimentos que lhe forem feitas no mercado estão de acordo com seus objetivos e se respeitam o que falamos acima”, afirma Castro.
É preciso ainda, segundo ele, avaliar se o retorno esperado está condizente com o risco do investimento durante o horizonte de tempo pretendido. “Caso o investidor não se sinta confortável ou desconfie daquele investimento, simplesmente não o faça até pedir uma outra sugestão e pesquisar mais a respeito”, recomenda o especialista.
*Fique de olho*
O Copom realiza reuniões a cada 45 dias para decidir o novo patamar da Taxa Selic. Veja como acompanhar:
Quando: a próxima reunião está marcada para os dias 5 e 6 de novembro.
Onde: a decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado no site do Banco Central.
Histórico das taxas de juros: clique aqui para acompanhar a série histórica da Selic, atualmente fixada em 10,75% ao ano.
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Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.
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