A Xiaomi, muitas vezes comparada à "Apple da China", está em busca de até US$ 5,3 bilhões em uma oferta de ações na Bolsa de Hong Kong. O objetivo é financiar sua expansão no crescente setor de carros elétricos, uma área na qual a Apple, sua inspiração inicial, não obteve sucesso. Fundada em 2010, a Xiaomi conquistou notoriedade por oferecer smartphones de alta tecnologia a preços acessíveis. No entanto, com o enfraquecimento dessa estratégia, a empresa redirecionou seus esforços para o mercado de veículos elétricos. Recentemente, a Xiaomi anunciou a emissão de 750 milhões de ações, cotadas entre 52,80 e 54,60 dólares de Hong Kong, oferecendo um desconto de até 7,4% em relação ao valor de fechamento anterior. A demanda por essas ações reflete o crescente interesse dos investidores, marcado por uma alta de quase 20% no índice Hang Seng de 2025.
A expansão no setor automotivo é evidente, com a Xiaomi investindo na ampliação de uma segunda fábrica de carros elétricos em Pequim. Em 2024, a empresa apresentou uma receita de 365,9 bilhões de yuans, um aumento de 35%, com destaque para a venda de 136.854 veículos em apenas nove meses de lançamento. O modelo Su7 Ultra, voltado para o segmento premium, tem visto elevada demanda, levando a Xiaomi a projetar a entrega de 350 mil unidades em 2025.
Em contrapartida, a Apple, após uma década de esforços no desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos, encerrou seu projeto em fevereiro de 2024, redirecionando parte de sua equipe para o setor de inteligência artificial. Enquanto isso, as ações da Xiaomi acumulam uma valorização de 65,4% em 2025, alavancando seu valor de mercado para 1,43 trilhão de dólares de Hong Kong.