O cenário macroeconômico do Brasil em deterioração e o alto nível de endividamento da Log CP levaram o JPMorgan a rebaixar sua recomendação para as ações da empresa de equalweight para underweight. No final do quarto trimestre de 2024, a relação dívida líquida/Ebitda da Log CP alcançou 7,7 vezes. Além disso, o preço-alvo das ações LOGG3 foi reduzido de R$ 27 para R$ 20, sugerindo uma valorização potencial de apenas 10%. Nesta quarta-feira (5), os papéis LOGG3 caíram 7,43%, sendo negociados a R$ 16,95.
O banco americano destaca que o aumento do custo de capital pode desacelerar o crescimento da Área Bruta Locável (GLA) da Log CP no curto prazo. Apesar disso, os níveis de pré-locação continuam elevados, refletindo uma demanda sólida. A estratégia de crescimento da empresa, que depende de vendas de ativos, deve enfrentar uma desaceleração em 2024, com vendas projetadas em R$ 1,5 bilhões.
Em termos de valuation, a Log CP é considerada cara em comparação com seus pares, apresentando um Preço/FFO de 18 vezes para 2026, frente a 6 a 9 vezes de shoppings brasileiros. No entanto, possíveis catalisadores como uma taxa Selic menor do que o esperado para o final de 2025, atualmente em 15,25%, poderiam levar a revisões positivas nas estimativas do JPMorgan. Uma redução de 50 pontos-base na taxa Selic poderia adicionar aproximadamente R$ 6 milhões ao FFO de 2025, representando um aumento de cerca de 17% em relação ao cenário base.
Os analistas também consideram desinvestimentos melhores que o esperado, assumindo uma cap rate de cerca de 8%, como um fator que permitiria à Log acelerar seu plano de crescimento e reter uma maior parcela de seus ativos. Uma rentabilidade melhor do que o esperado, impulsionada por um crescimento mais forte dos aluguéis ou uma redução nos custos de construção, também seria positiva.
Apesar dos desafios, a Log CP continua sendo a única opção listada para investidores interessados no segmento de galpões no Brasil, com operações além das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.