O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 14,25% ao ano, na quarta-feira (19). Esta decisão, tomada de forma unânime, marca o maior patamar dos juros desde outubro de 2016, refletindo a persistente alta inflacionária. Este movimento é o quinto aumento consecutivo e o segundo sob a liderança de Gabriel Galípolo no Banco Central.
O mercado já esperava esse aumento, conforme o forward guidance estabelecido pelo Copom na reunião de dezembro passado, quando a Selic foi elevada para 12,25%. Naquela ocasião, o comunicado do BC já previa mais dois aumentos de 1 ponto percentual em janeiro e março.
Entre agosto de 2023 e maio do ano passado, o Copom reduziu os juros, estabilizando-os em 10,5%. Entretanto, em setembro, o BC retomou o aperto monetário devido a incertezas econômicas e à inflação acima da meta.
Para o próximo encontro em maio, o Copom planeja um novo aumento, mas de magnitude inferior a 1 ponto percentual. A decisão dependerá da evolução econômica.
O comunicado do BC destaca preocupações com o cenário externo, especialmente políticas dos EUA, como as tarifas de Donald Trump, que geram incertezas. No cenário doméstico, observa-se uma melhora incipiente na atividade econômica, mas a inflação permanece pressionada.
Entre os riscos inflacionários, o BC aponta: a desancoragem das expectativas por um período prolongado, maior resiliência na inflação de serviços devido a um hiato do produto mais positivo, e a conjugação de políticas econômicas interna e externa que possam impactar a inflação, como uma taxa de câmbio persistentemente depreciada.