O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou uma alta de 1,23% em fevereiro, de acordo com o IBGE, surpreendendo ao ficar abaixo da expectativa de 1,33%. No entanto, economistas alertam que isso não representa um alívio significativo, já que a inflação ainda acumula 5,08% em 12 meses, o que contrasta com a meta de 3,0%. A pressão inflacionária é reforçada por aumentos em itens como energia elétrica e mensalidades escolares, enquanto os preços de serviços mantêm a política monetária em um modo contracionista.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, sublinha que, apesar de algum alívio em itens voláteis como passagens aéreas, a média mensal de inflação está longe de ser compatível com a meta do Banco Central. Isso implica que a autoridade monetária terá que continuar com a alta dos juros, que pode alcançar 14,25% em março. A análise do banco Pine e outras instituições reforça essa visão, destacando que o núcleo da inflação de serviços ainda permanece elevado.
Instituições financeiras, como o C6 Bank e o Daycoval, também preveem a continuidade do aumento nas taxas de juros, devido a pressões como o mercado de trabalho aquecido e a depreciação cambial. A expectativa é que a Selic atinja 15% até o final do ano. Por outro lado, André Valério, do Inter, sugere que a recente desaceleração pode indicar uma inflação de curta duração, mas ressalta que os próximos passos do Banco Central dependerão da evolução dos dados econômicos nos próximos meses.