Em um dia de grande volatilidade no mercado cambial, o dólar voltou a superar R$6,00 durante as negociações de terça-feira, fechando um pouco abaixo desse patamar, a R$5,9985. O aumento ocorreu após os Estados Unidos anunciarem tarifas de 104% sobre produtos chineses, que entram em vigor na quarta-feira.
A política comercial americana permanece no centro das atenções dos mercados desde que o presidente Donald Trump anunciou tarifas de no mínimo 10% sobre todas as importações para os EUA na semana passada. Enquanto algumas taxas já estão em vigor, outras, mais elevadas e "recíprocas", começam a ser aplicadas nesta quarta-feira. Este cenário tem gerado uma aversão ao risco entre os investidores, que temem uma guerra comercial abrangente, potencialmente acelerando a inflação global e causando recessão em várias economias.
Apesar do clima tenso, houve certo alívio entre os agentes financeiros. Alguns países, como o Japão, mostraram disposição para negociar com os EUA, o que pode evitar uma escalada das tensões comerciais. Em resposta a Trump, que enviou uma equipe para discutir as relações comerciais, o Japão anunciou que seu ministro da Economia, Ryosei Akazawa, liderará as negociações.
Entretanto, a aversão ao risco ressurgiu com a confirmação das tarifas americanas contra a China, após o país asiático não suspender suas tarifas retaliatórias. Com o dólar subindo 1,49% no fechamento, foi o maior valor desde 21 de janeiro deste ano. A moeda já acumula alta de 5,11% em abril. Na B3, o dólar para maio subia 1,36%, cotado a R$6,0210 às 17h06.