Investing.com – O dólar registrava queda nesta quarta-feira, 27, em um movimento de consolidação frente a seus principais pares antes da divulgação de um importante indicador de inflação nos EUA, prevista para mais tarde.
Às 8h20 de Brasília, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis outras moedas, apresentava retração de 0,49%, situando-se em 106,447, aprofundando a correção após alcançar o maior nível em dois anos na semana passada.
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No mercado cambial, operadores parecem realizar lucros acumulados no dólar antes da divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) de outubro, agendado para esta sessão, antecedendo o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.
A moeda americana, considerada um porto seguro, havia recebido suporte após declarações do presidente eleito Donald Trump sobre possíveis tarifas contra Canadá, México e China, reacendendo temores de uma guerra comercial global com potenciais repercussões negativas para o crescimento econômico mundial.
Essas medidas são amplamente vistas como potencialmente inflacionárias para a economia dos EUA, o que poderia limitar a possibilidade de cortes expressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve.
“O destaque da sessão de hoje será a divulgação do núcleo do deflator do PCE de outubro, com previsão de 0,3% na comparação mensal”, afirmaram analistas do ING em relatório.
“Embora o mercado já tenha deixado a narrativa inflacionária dos EUA em segundo plano, uma leitura acima do esperado reforçará dúvidas sobre a necessidade de o Fed reduzir os juros em dezembro. Espera-se que o dólar mantenha boa parte dos ganhos recentes, embora vendas no fim do mês possam pressioná-lo.”
Na Europa, o euro (EUR/USD) subia 0,3%, alcançando 1,0514, favorecido pela fraqueza do dólar durante a sessão. Apesar disso, a moeda única segue pressionada pelo cenário econômico adverso no continente.
Dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que o índice de confiança do consumidor da França caiu em novembro, refletindo o aumento das preocupações das famílias com o desemprego.
A pesquisa mensal de negócios do INSEE revelou que o indicador de confiança recuou para 90, ante uma leitura revisada de 93 em outubro.
O Banco Central Europeu já cortou as taxas de juros três vezes neste ano e deve realizar mais um ajuste em dezembro.
A libra (GBP/USD) avançava 0,3%, cotada a 1,2607, afastando-se do patamar mínimo de seis semanas registrado na semana passada.
“Com taxas de depósito semanais em 4,75%, as maiores entre os países do G10, a libra pode estar atraindo fluxos enquanto o mercado avalia a agenda de políticas de Trump”, apontaram analistas do ING.
“Além disso, o perfil da taxa de juros do Banco da Inglaterra continua se alinhando mais ao do Fed do que ao do BCE, o que sugere um desempenho superior da libra em relação ao euro.”
O iene (USD/JPY) subia 1% contra o dólar, para 151,58, com a moeda japonesa beneficiada por apostas de proteção e expectativas crescentes de um aumento de juros no Japão em dezembro.
Já o iuane (USD/CNY) registrava leve alta frente à moeda americana, para 7,2505, mas permanecia próximo do maior nível em quatro meses, refletindo temores de que tarifas potenciais de Trump prejudiquem ainda mais a já enfraquecida economia chinesa.
O dólar neozelandês (NZD/USD) valorizava-se 0,9%, alcançando 0,5889, recuperando-se de mínimas em vários meses após o banco central da Nova Zelândia reduzir os juros em 50 pontos-base e sinalizar mais flexibilizações no início do próximo ano, citando desaceleração econômica e pressões inflacionárias reduzidas.
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