Investing.com – A volta de Donald Trump à Casa Branca pode trazer mudanças profundas para o comércio mundial, retomando a postura combativa e transacional que marcou seu primeiro período no poder.
De acordo com estrategistas do UBS, essas mudanças podem incluir tarifas agressivas direcionadas a países com grandes déficits comerciais com os EUA, como a China. O foco deve recair sobre setores considerados essenciais para a segurança nacional e os interesses econômicos americanos.
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O UBS identificou três cenários principais para tarifas comerciais em um segundo mandato de Trump.
O primeiro, com 25% de probabilidade, prevê tarifas universais. Nesse cenário, todas as importações americanas seriam taxadas, com tarifas de 60% para produtos chineses e de 10% a 20% para mercadorias de outros países.
Embora essas tarifas possam gerar receita para compensar cortes de impostos através de aprovação no Congresso, o UBS aponta obstáculos políticos e logísticos. Essa estratégia poderia prejudicar tanto a economia dos EUA quanto a global, além de desencadear retaliações e uma escalada nas tensões comerciais.
"Achamos que o presidente Trump preferiria buscar tarifas universais via aprovação no Congresso, embora ainda não tenha declarado isso publicamente. Mesmo assim, acreditamos que o Congresso dificilmente apoiaria essa ideia", afirmaram os estrategistas do UBS.
"Se o Congresso não apoiar tarifas universais, o governo poderia tentar implementá-las por meio de ordens executivas. Contudo, não há precedentes para isso, e é incerto se a medida resistiria a disputas legais", completaram.
O segundo cenário, com 65% de probabilidade, sugere a adoção de tarifas seletivas. Essa abordagem utilizaria leis comerciais existentes para aplicar tarifas específicas a certos produtos ou setores.
O UBS espera que essa estratégia inclua uma revisão do acordo comercial da Fase 1 de 2020 com a China e trate de questões comerciais pendentes com a União Europeia e o México.
O banco destaca três fatores que poderiam reduzir os impactos dessas tarifas seletivas na Ásia: as políticas econômicas da China, o fortalecimento do comércio regional e a crescente participação dos EUA no mercado asiático.
O terceiro cenário, com apenas 10% de probabilidade, seria um acordo negociado para evitar a imposição de tarifas, sendo considerado o menos provável.
As tarifas de um segundo mandato de Trump teriam impacto na inflação. As tarifas universais poderiam causar aumentos temporários nos preços. O UBS calcula que uma tarifa de 10% sobre todas as importações elevaria os preços nos EUA em até 1,7%, especialmente se as empresas repassassem os custos aos consumidores.
Já as tarifas seletivas teriam um impacto menor na inflação e na economia. Por serem mais direcionadas, permitiriam ajustes no comércio, reduzindo os efeitos negativos.
"Embora as tarifas possam reduzir o comércio bilateral entre os EUA e seus parceiros, é pouco provável que elas provoquem uma realocação substancial do comércio internacional ou tragam atividades econômicas de volta aos EUA", conclui o relatório do UBS.
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