Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os principais índices futuros dos EUA operavam em baixa nesta quinta-feira, 21, antes da abertura das Bolsas em Nova York, pressionados pela decepção com o guidance da Nvidia. A Starbucks estaria em busca de opções para seus negócios na China, enquanto o presidente do Grupo Adani foi indiciado por alegações de suborno. Além disso, Brasil assina mais de 30 acordos com a China.
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As ações da Nvidia (NASDAQ:NVDA) recuaram no pré-mercado na quinta-feira após a projeção da queridinha da IA de seu crescimento de receita mais lento em sete trimestres, especialmente porque os investidores estavam acostumados com a empresa mais valiosa do mundo superando todas as estimativas.
A previsão da Nvidia para o quarto trimestre indicou que o crescimento da receita da empresa diminuirá para cerca de 69,5%, em comparação com 94% no terceiro trimestre. Isso levantou questões sobre se o boom da inteligência artificial está diminuindo.
Mas a Nvidia teve o cuidado de apontar que não havia escassez de empresas ansiosas para criar novos sistemas de IA usando seus chips, mas as restrições da cadeia de suprimentos levariam a demanda por seus chips a exceder a oferta por vários trimestres no ano fiscal de 2026.
"Esperamos que as ações se agitem no curto prazo, à medida que os investidores digerem a falta de 'chiado', mas continuamos a gostar das ações por sua 'substância'", disseram analistas do Bank of America (NYSE:BAC) Securities, em uma nota.
A Nvidia está no meio do lançamento de sua poderosa família Blackwell de chips de IA, que pesará sobre as margens brutas da empresa inicialmente, mas melhorará com o tempo.
"A principal dinâmica aqui é a transição para o Blackwell - onde a demanda foi descrita como 'impressionante'", disseram analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS). "É provável que as restrições da Blackwell sejam um fator importante por pelo menos um ano, mas continuamos a ver um forte ciclo da Blackwell como um impulsionador."
Os futuros das ações dos EUA caíram na quinta-feira, influenciados pela orientação decepcionante da gigante da tecnologia Nvidia.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava em queda de 0,09%, o S&P 500 futuros caiu 0,24%, e o Nasdaq 100 futuros caiu 0,29%.
A Nvidia, que recentemente ultrapassou a Apple (NASDAQ:AAPL) para se tornar a empresa de capital aberto mais valiosa do mundo, emitiu uma previsão de receita que indicou um ritmo mais lento de crescimento da receita do que o observado nos trimestres anteriores. Ela também apontou restrições de fornecimento, especialmente em sua próxima linha Blackwell de chips de IA de última geração.
Esse relativo enfraquecimento, dadas as altas expectativas, de uma empresa tão ponderada pode definir o tom dos mercados para o resto da semana.
Há dados do pedidos de auxílio-desemprego mais tarde na sessão para os investidores digerirem, enquanto várias autoridades do Federal Reserve também devem se pronunciar nos próximos dias.
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As ações das empresas listadas no Adani Group da Índia despencaram na quinta-feira, depois que seu presidente bilionário, Gautam Adani, foi indiciado em um tribunal federal de Nova York por suspeita de participação em um esquema de suborno de US$ 265 milhões.
O bilionário de 62 anos e os outros sete réus foram acusados de pagar subornos substanciais a funcionários do governo indiano para garantir contratos de energia solar que poderiam gerar mais de US$ 2 bilhões em lucros.
Isso fez com que as ações das empresas listadas do conglomerado caíssem entre 10% e 20%, com a Adani Enterprises (NS:ADEL) - a principal unidade listada do conglomerado - caindo 10%. Um porta-voz do Adani Group disse que as alegações são "infundadas e negadas".
Essas alegações anunciam uma nova rodada de problemas regulatórios para a Adani e ocorrem quase dois anos depois que um relatório de vendas a descoberto da Hindenburg Research acusou a Adani de esquemas semelhantes.
O relatório provocou um exame minucioso dos órgãos reguladores dos EUA e da Índia contra a Adani, embora o órgão regulador de valores mobiliários da Índia tenha afirmado ter encontrado poucas irregularidades.
As ações das empresas do Grupo Adani perderam mais de US$ 100 bilhões após o relatório da Hindenburg no início de 2023, mas desde então recuperaram a maior parte de suas perdas.
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A Starbucks (NASDAQ:SBUX) está considerando opções para seus negócios na China, incluindo uma possível venda de participação, enquanto tenta revitalizar as vendas sob o comando do novo CEO Brian Niccol, de acordo com notícia na mídia.
A rede de cafeterias tem conversado com consultores sobre como expandir seus negócios na China, incluindo a possível introdução de um parceiro local, informou a Bloomberg.
A China é o segundo maior mercado da Starbucks, depois dos Estados Unidos, mas a empresa tem enfrentado uma concorrência cada vez maior no país nos últimos anos por parte de outros participantes estrangeiros, bem como de ofertas locais.
Além de seus problemas na China, a empresa tem visto suas vendas diminuírem nos EUA e, no início deste ano, escolheu Niccol, que já trabalhou na cadeia de restaurantes mexicanos Chipotle Mexican Grill (NYSE:CMG), como seu CEO.
VEJA: Cotações das commodities
Os preços do petróleo subiram na quinta-feira, impulsionados por temores de interrupções no fornecimento decorrentes do agravamento das tensões na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, contrariando o impacto de um aumento maior do que o esperado nos estoques dos EUA.
Às 8h01, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) subiam 1,73%, para US$69,94 por barril, enquanto o contrato Brent subia 1,59%, para US$73,97 por barril.
Ainda assim, os ganhos gerais foram limitados por preocupações com a desaceleração da demanda, especialmente porque os estoques dos EUA cresceram mais do que o esperado, aumentando em 545.000 barris para 430,3 milhões de barris na semana encerrada em 15 de novembro.
Mais preocupante para os mercados de petróleo foi um aumento de quase 2,1 mb em estoques de gasolina, o que gerou algumas preocupações de que a demanda de combustível dos EUA estivesse esfriando com a aproximação da temporada de inverno.
Reforçando laços entre os países, Brasil e China assinaram 37 acordos de cooperação em mais de 15 temas, incluindo tecnologia, investimentos, infraestrutura, energia, mineração, finanças, turismo, saúde, cultura, agricultura entre outros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da China, Xi Jinping, se encontraram após a realização da Cúpula de Líderes do G20, que ocorreu nesta semana no Rio de Janeiro, com a presença do representante do país asiático, principal parceiro comercial do Brasil.
No ano passado Lula, visitou a China visando o fortalecimento das relações comerciais, após atritos na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ter resistido a entrar na Nova Rota da Seda, o país reforça a posição de parceiro. "As relações China-Brasil encontram-se no melhor momento na história", afirmou o presidente chinês.
Com a vitória de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e a expectativa de políticas vistas como antagônicas à economia chinesa, incluindo taxação de produtos asiáticos, o futuro comercial das maiores economias do mundo é uma das grandes dúvidas do próximo ano, o que motiva a busca do presidente chinês por reforçar a integração com outros parceiros.
Às 8h01 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,37% no pré-mercado.