Investing.com – As ações do Nubank (BVMF:ROXO34) chegaram a despencar 10% no mercado americano após a fintech apresentar seus resultados trimestrais. Às 11h56 (de Brasília), os papéis caíam um pouco menos, 8,15%, cotados a US$14,37, enquanto os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) perdiam 10,32%, a R$13,81. Além das expectativas de mercado elevadas em relação à tese, analistas citam os receios de uma desaceleração futura como ressalvas a serem monitoradas.
O banco BTG (BVMF:BPAC11) questionou se o roxinho estaria desacelerando e alcançando um pico no Brasil. Ao separar o que considera o antigo Nu do novo Nu, sendo o primeiro relacionado aos segmentos core no Brasil, com cartões, conta corrente, empréstimos pessoais entre outros, o banco se questionou se o Novo Nu, incluindo operações no México, consignados e ultravioleta para alta renda, poderia suportar uma desaceleração do primeiro, que teria sido fonte das revisões de lucros.
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“Enquanto acreditamos que o Nu está fazendo um ótimo trabalho no México, já tem participação significativa nas faixas de renda no A-B no Brasil, está melhorando a originação em empréstimos consignados e recentemente lançou o NuCel, acreditamos que a relevância geral dessas iniciativas provavelmente ainda será pequena nos próximos anos”, detalhou o BTG.
O BTG considera o Nubank como “a história mais convincente” em sua cobertura para os próximos cinco a dez anos, mas alerta que as expectativas são muito elevadas para o roxinho e que “a certa altura, o espaço para continuar a adicionar riscos pode diminuir”, diante de um ambiente macroeconômico desafiador no Brasil, com real fraco, juros e inflação elevados.
Considerando a tese promissora, mas arriscada, o múltiplo é avaliado como muito alto, e o BTG tem recomendação neutra para ação, com preço-alvo de US$13,50.
O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) também reforçou visão neutra para o papel, com preço-alvo de US$15, citando dados trimestrais operacionalmente abaixo do esperado pelo banco, além de uma geração de receita modesta e menores margens.
O lucro líquido de US$ 553 milhões ficou 9% à frente do esperado pelo banco, mas o BofA detalha que isso ocorreu devido a uma taxa de imposto efetiva mais baixa.
Os analistas elencaram alguns fatores de deterioração no negócio principal, incluindo diminuição do NIM ajustado ao risco, retração trimestral no número de usuários de cartão de crédito no Brasil e desaceleração na expansão das compras com o cartão no país. Esse patamar, segundo o BofA, teria atingido menor nível já registrado.
“Durante a teleconferência, a gestão alertou que maiores investimentos em novos produtos e regiões poderão prejudicar a rentabilidade nos próximos trimestres e que abrandou o ritmo de financiamento do Pix para monitorar o desempenho”, completou o banco.
Por outro lado, entre os pontos positivos, o BofA cita a expansão de produto de crédito garantido, melhoria no custo de atendimento por cliente e maior robustez nos mercados mexicano e colombiano.