Investing.com – O mercado reage ao balanço do terceiro trimestre deste ano, mas principalmente aos proventos anunciados pela Petrobras. Às 11h49 (de Brasília), os papéis ordinários (BVMF:PETR3) da petroleira avançavam 1,02%, a R$38,77, enquanto os preferenciais (BVMF:PETR4) registravam alta de 0,99%, a R$35,86. As American Depositary Receipts (ADRs) (NYSE:PBR), no entanto, caíam 0,09%, a US$13,47.
Agora, os investidores estarão atentos ao próximo planejamento estratégico 2025-2029. O plano deve trazer detalhes sobre novos investimentos em segmentos como pré-sal, transição energética e gestão de portfólio na nova gestão.
Enquanto isso, analistas seguem com as esperanças de uma possível distribuição de dividendos extraordinários no futuro. Por outro lado, em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que o “não pagamento de dividendos extraordinários a acionistas da Petrobrás é um avanço” e que mostra que a companhia “cumpre sua missão de ampliar investimentos”.
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O anúncio de dividendos ordinários de R$17,1 bilhões, ou US$3,1 bilhões, representa um rendimento trimestral de 3,6%, segundo a XP (BVMF:XPBR31), que estimava em torno de US$ 2,6 bilhões e o consenso US$2,4 bilhões.
“Os resultados vieram ligeiramente acima das expectativas, mas dividendos e FCFE foram os principais destaques”, apontaram os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm. Além disso, o lucro teria vindo acima do esperado com ajuda da variação cambial e ganhos monetários.
Com menor alavancagem e fluxo de caixa livre robusto, a XP entende haver espaço para pagamento de dividendos extraordinários de até US$ 4,5 bilhões – o que motiva a indicação de compra, com preço-alvo de R$45,10 para PETR4.
O terceiro trimestre representou um Ebitda levemente acima do previsto, mas um fluxo de caixa sólido e dividendo acima das expectativas, concordou o Jefferies.
“O desempenho upstream foi sólido e juntamente com menores encargos corporativos compensaram a fraqueza do downstream. Os fortes dividendos devem apoiar as ações da PBR, embora vejamos que os resultados terão um impacto limitado no Ebitda de consenso”, aponta, indicando posição neutra na ação, com alvo de US$15,50 para ADRs.
No entanto, o Jefferies ponderou que os dividendos são anunciados em reais, então a desvalorização da moeda brasileira “reduz ligeiramente as distribuições de dividendos em termos de dólares americanos”.
O analista independente Sérgio Cachoeira entende que, com uma sólida geração de caixa livre, a Petrobras “se reafirma como uma das principais pagadoras de dividendos do setor, atraindo investidores em busca de renda passiva”.
Mesmo com a queda na cotação do petróleo como fator de pressão, a companhia apresentou maiores volumes de vendas e derivados, conforme mencionado em seu release de resultados.
A Petrobras apresentou um lucro líquido de R$32,55 bilhões no segundo trimestre, alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado, revertendo prejuízo de R$2,605 bilhões do segundo trimestre.
O Ebitda ajustado atingiu R$63,667 bilhões, uma diminuição anual de 3,8%, mas avanço sequencial de 28%.
O fluxo de caixa operacional somou R$62,7 bilhões, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano passado e de 33% na comparação com o segundo trimestre.
A dívida financeira de US$ 25,8 bilhões, segundo a companhia, chegou ao menor patamar desde 2008. “A dívida bruta está sob controle em US$ 59,1 bilhões, dentro da faixa estabelecida em nosso Plano estratégico”, destacou a Petrobras.