O que esperar da conferência econômica da China sobre estímulos para 2025?
Investing.com – A China deu início nesta quarta-feira, 11, à reunião anual de dois dias dos líderes do Partido Comunista, com expectativa de que o encontro forneça diretrizes mais claras sobre os planos do país para estímulos econômicos.
A Conferência Central de Trabalho Econômico (CEWC, na sigla em inglês) deve culminar em um anúncio oficial após o encerramento na quinta e reúne os principais órgãos de decisão do país: o Comitê Central do Partido Comunista Chinês e o Conselho de Estado da República Popular da China.
Na segunda-feira, líderes políticos chineses emitiram suas declarações mais favoráveis até agora em relação à adoção de novos estímulos. Durante a reunião do Politburo – composta pelos mais altos dirigentes do Partido Comunista – foi sinalizado que o país adotará uma política monetária mais flexível e implementará medidas fiscais mais direcionadas para estimular o crescimento.
Um dos destaques foi a menção explícita a ações voltadas para estimular o consumo privado e a demanda interna, que têm sido desafios importantes para a economia chinesa nos últimos anos.
As ações chinesas reagiram positivamente às declarações do Politburo nesta semana, com o índice de referência Shanghai Shenzhen CSI 300 atingindo o maior patamar em quase um mês.
A CEWC, que geralmente segue as diretrizes do Politburo, deve oferecer mais detalhes sobre as medidas de estímulo planejadas. Também é esperado que o evento estabeleça a agenda econômica para 2025, incluindo a meta de crescimento do produto interno bruto (PIB) para o próximo ano.
Analistas do Bank of America (NYSE:BAC) projetam que a China manterá sua meta anual de crescimento em torno de 5%, mas acreditam que os formuladores de políticas provavelmente evitarão anunciar metas numéricas no comunicado da CEWC.
“Esperamos que os formuladores de políticas detalhem medidas para assegurar os gastos dos governos locais, inclusive a ampliação da emissão de dívidas e alocação de recursos”, escreveram os analistas do BofA em nota.
Os investidores têm pressionado Pequim a adotar medidas fiscais mais direcionadas para apoiar a economia. Contudo, até agora, o governo optou por oferecer suporte limitado, preferindo injetar maior liquidez na economia.
Essa tendência deve continuar no próximo ano, com a CEWC fornecendo mais orientações sobre planos para a oferta monetária e medidas de liquidez.
A China cortou diversas vezes sua taxa básica de juros em 2024 e deve reduzi-la ainda mais para estimular o crescimento.
Ainda assim, é improvável que a CEWC forneça metas numéricas detalhadas para o próximo ano. De acordo com os analistas do BofA, a reunião do Congresso Nacional do Povo, em março, deverá oferecer mais clareza sobre esse aspecto.
Espera-se que a China intensifique seu apoio econômico nos próximos meses, especialmente diante do aumento das tarifas comerciais dos EUA sob a presidência de Donald Trump. Um novo episódio de guerra comercial com os EUA deve representar um peso considerável para a segunda maior economia do mundo
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