Mercado avalia rotações em apostas de “Trump Trade” com chegada das eleições
Investing.com – Embora o ex-presidente Donald Trump esteja atualmente bem posicionado nos mercados de previsão para vencer as próximas eleições, o entusiasmo dos investidores pelos chamados “Trump trades” parece estar próximo de atingir um pico.
Essas estratégias de investimento, que incluem posições compradas no dólar, vendidas em taxas de juros dos EUA e compradas em ações americanas em relação ao restante do mundo, registraram ganhos expressivos nas últimas semanas, impulsionadas pela crescente possibilidade de um “Red Sweep” – isto é, a vitória republicana na presidência e no Congresso.
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Desde setembro, o dólar americano subiu 4%, aproximando-se da alta de 5% prevista pelos estrategistas de câmbio do Citi para o cenário de “Red Sweep”. Ao mesmo tempo, os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos subiram para 4,2%, quase alcançando a projeção de 4,3%.
As ações americanas também superaram as de mercados internacionais em 6% desde o final de setembro. Contudo, o Citi alerta que esses ganhos já estão precificados, limitando o potencial de valorização de curto prazo dos Trump trades e abrindo espaço para uma possível rotação de ativos caso Kamala Harris vença.
“O comportamento recente dos preços indica um cenário menos favorável para os Trump trades populares na aproximação de 5 de novembro, com espaço para rotação caso Harris prevaleça,” apontaram estrategistas liderados por David Groman em nota ao mercado.
Ainda assim, a equipe do Citi destaca que isso não significa que a estratégia de apostas associadas a Trump esteja esgotada.
Apesar dos movimentos expressivos entre classes de ativos, as estratégias "long" e "short" ligadas a Trump estão abaixo dos níveis de meados de setembro, o que sugere que ainda pode haver espaço para ganhos adicionais em caso de uma vitória republicana.
“Os Trump trades que ficaram para trás incluem o setor de Energia fora dos EUA e o Reino Unido,” destacou o Citi. “Enquanto isso, operações ligadas a Harris que tiveram desempenho abaixo do esperado incluem Europa ex-Reino Unido.”
A médio prazo, o Citi traça estratégias distintas para cenários de vitória de Trump ou Harris. No caso de Trump, projeta-se um dólar mais forte, taxas de juros mais elevadas e maior incerteza nas políticas comerciais, o que favoreceria ações americanas sobre as globais, além de uma estratégia de barbell que inclua setores de valor, como Energia e Financeiro, junto a alguns setores defensivos selecionados.
Mercados emergentes, especialmente aqueles com forte exposição ao comércio global, poderiam enfrentar pressão adicional em função das políticas comerciais de Trump.
Por outro lado, uma vitória de Harris provavelmente resultaria em um dólar mais fraco, menores rendimentos dos títulos e maior ênfase em políticas climáticas, favorecendo ações internacionais em relação às dos EUA e beneficiando indústrias fora dos setores de Energia e Saúde.
As estratégias vinculadas a Harris poderiam se beneficiar de uma redução nas tensões comerciais e de um dólar mais fraco, com mercados emergentes como China e África do Sul com potencial para melhor desempenho.
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