Propostas tarifárias de Trump podem frear crescimento e elevar inflação nos EUA
Investing.com — O Morgan Stanley (NYSE:MS) afirmou em uma nota recente que as propostas tarifárias do ex-presidente Donald Trump poderiam resultar em "desaceleração acentuada do crescimento econômico e aumento da inflação no curto prazo nos EUA".
O banco destacou os riscos de queda para o crescimento dos EUA e uma elevação da inflação como efeitos diretos das tarifas propostas por Trump, especialmente se os republicanos vencerem as eleições de 2024.
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As propostas tarifárias incluem uma tarifa ampla de 10% sobre todas as importações ou tarifas mais direcionadas, focadas em países específicos, com ênfase especial na China.
Os analistas do Morgan Stanley sugerem que a implementação rápida dessas tarifas poderia elevar significativamente os custos em diversos setores da economia americana.
"Mais de 50% dos bens importados pelos Estados Unidos são bens de capital e intermediários", o que transforma as tarifas em "um imposto sobre o investimento doméstico em capital fixo e na manufatura local", argumentou o banco.
Atualmente, 60% das importações chinesas já estão sujeitas a tarifas, mas sob as novas propostas, essa porcentagem poderia subir para 100%. A tarifa média sobre produtos chineses poderia aumentar de 17% para até 77%, enquanto as tarifas sobre importações de outras partes do mundo poderiam alcançar entre 25% e 35%.
Segundo o Morgan Stanley, tais aumentos poderiam reduzir o consumo dos EUA em 3%, diminuir os investimentos empresariais em 3,1% e desacelerar o crescimento real do PIB em 1,4 pontos percentuais. Além disso, o ganho mensal de empregos poderia cair entre 50.000 e 70.000.
O banco projeta que a inflação aumentaria rapidamente com as tarifas propostas, com a inflação medida pelo índice PCE podendo subir 0,9 ponto percentual ao longo de quatro trimestres.
Esse efeito inflacionário provavelmente complicaria a resposta da política monetária do Federal Reserve, atrasando eventuais cortes de juros. No entanto, à medida que o crescimento desacelera, o Morgan Stanley espera que o Fed retome as medidas de flexibilização monetária.
Os analistas observam que o impacto completo das tarifas dependerá dos detalhes de sua implementação, das possíveis retaliações e dos ajustes cambiais.
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