Por que estímulos da China são divisor de águas para economia e ações?
Investing.com – As recentes medidas de estímulo implementadas pela China estão sendo vistas como um possível divisor de águas para a economia em dificuldade do país, segundo análise do UBS.
Com o crescimento econômico desacelerando e as pressões deflacionárias se intensificando, os principais líderes chineses prometeram “gastos fiscais necessários” e introduziram um estímulo monetário mais robusto do que o esperado, visando estabilizar o mercado imobiliário e reativar o crescimento.
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Os analistas do UBS consideram essa uma mudança relevante na política econômica. “Os formuladores de políticas estão adotando uma postura mais assertiva”, afirmaram, destacando que os cortes de juros desta semana foram mais agressivos do que o previsto, representando a flexibilização monetária mais expressiva desde 2012.
Além dos estímulos monetários, o UBS prevê novas intervenções no setor imobiliário e estímulos fiscais direcionados à demanda de longo prazo, com ênfase em habitação acessível e melhorias no bem-estar social.
Desde o anúncio dessas medidas, o sentimento dos investidores ganhou vulto, com os índices CSI 300 e Hang Seng registrando alta de 14,5% e 13,5%, respectivamente.
O UBS vê potencial adicional de valorização, estimando que o mercado como um todo possa subir mais alguns pontos percentuais, na faixa dos dígitos simples altos.
“Achamos que essa mudança de política pode transformar os ativos de risco chineses, mas isso depende tanto da execução quanto da continuidade das medidas”, afirmou o banco. “Nossa visão é que o mercado possa avançar mais alguns pontos percentuais após a alta de quase 14% desde o anúncio do pacote de estímulos.”
Contudo, o banco alertou que esse cenário está condicionado à capacidade do governo de executar seus planos de maneira eficiente.
Um dos aspectos mais notáveis do pacote de estímulos é o foco nos mercados de capitais.
O UBS explica que foi anunciada uma linha de swap de 500 bilhões de iuanes (CNY) para fornecer liquidez a corretoras, fundos e seguradoras para compra de ações, com a possibilidade de novos ciclos de suporte.
A introdução de uma linha especial de refinanciamento e a consideração de um fundo de estabilização do mercado acionário reforçam o compromisso do governo em restaurar a confiança no mercado.
O UBS está otimista quanto ao potencial de crescimento de líderes da internet chinesa, empresas estatais em setores de alto dividendo e setores ligados a tendências estruturais, como inteligência artificial. No entanto, também apontaram possíveis riscos externos, como a eleição presidencial dos EUA.
Wall Street projeta valorização adicional de 7-10% nas ações chinesas
De acordo com analistas do HSBC, as ações da China ainda podem valorizar entre 7% e 10% até o final de 2024, graças às novas ferramentas de política econômica e ao suporte fiscal do Banco Popular da China (PBoC).
As recentes medidas do PBoC, incluindo a criação de linhas de swap para corretoras de valores, fundos mútuos e seguradoras, visam aumentar a liquidez no mercado.
“Essas novas ferramentas de política podem ajudar a reverter o mercado até o fim do ano”, afirmou o HSBC.
Além disso, o programa especial de refinanciamento do banco central deve permitir que bancos comerciais ofereçam empréstimos para recompra de ações, o que pode elevar ainda mais os preços dos papéis.
Os analistas do HSBC apontam que a recente reunião do Politburo chinês destacou a importância de apoiar o crescimento por meio de políticas fiscais e monetárias anticíclicas.
Essas políticas têm como objetivo estabilizar o mercado imobiliário, fortalecer o mercado de capitais e promover o crescimento do setor privado. O HSBC vê isso como uma “mudança decisiva na direção da política”, indicando um suporte mais firme do governo para o mercado de ações.
Embora o HSBC tenha revisado para baixo sua projeção para o índice Shenzhen Composite (SZCOMP) em 7%, reduzindo a meta para 9.800 pontos, as metas para o Shanghai Composite (SHCOMP) e o CSI 300 permanecem inalteradas, sugerindo um potencial de alta entre 7% e 10%.
Apesar do desempenho fraco da economia, o HSBC mantém uma visão otimista sobre o mercado acionário chinês, especialmente com os cortes de juros esperados nos Estados Unidos.
Os analistas projetam que um ciclo de cortes do Federal Reserve, caso não ocorra uma recessão nos EUA, poderia elevar as ações chinesas em até 25%, com as ações de crescimento superando as de valor.
O HSBC também destacou dez ações em cinco temas de investimento, incluindo Roborock, Mindray, BYD (SZ:002594), e Xiaomi (OTC:XIACF), que estão bem posicionadas para se beneficiar das políticas de crescimento da China e da expansão global.
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