Produção industrial recua 0,9% em maio, aponta IBGE
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Investing.com – A produção industrial brasileira apresentou recuo de 0,9% no mês de maio, na comparação com abril, na série com ajuste sazonal, ante queda de 0,5% no mês anterior. Na comparação anual, a retração foi de 1%, melhor do que a expectativa de diminuição de 1,7%. Em abril, a variação frente ao mesmo mês do ano anterior foi de 8,4%.
Dessa forma, a produção industrial registrou alta de 2,5% nos cinco primeiros meses do ano, enquanto o acumulado em doze meses foi de valorização de 1,3%. Assim, o setor está 1,4% inferior ao patamar pré-pandemia e 17,8% abaixo do recorde registrado no mês de maio de 2011.
Todas as grandes categorias econômicas registraram queda mensal, principalmente bens de consumo duráveis, com recuo de 5,7%, e bens de capital, com queda de 2,7%.
Considerando as atividades, as reduções que mais levaram o indicador para baixo foram em veículos automotores, reboques e carrocerias, com perdas de 11,7%, e produtos alimentícios, que caíram 4,0%.
No entanto, indústrias extrativas tiveram acréscimo de 2,6% na produção industrial, assim como coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com ganhos de 1,9%, com impactos mais positivos para o dado completo da produção industrial.
Maykon Douglas, economista da Highpar, avalia que este é o primeiro indicador mensal que demonstra como a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul deve afetar a economia brasileira. “Considerando outros riscos negativos além dos impactos das enchentes, reiteramos que a recente deterioração nas taxas futuras pode atrapalhar um pouco a recuperação do crédito para as empresas, cujas concessões não cresceram tanto quanto o crédito às famílias nos últimos meses”, reforça o economista.
Os dados do segundo trimestre em queda sugerem que o Produto Interno Bruto (PIB) tende a demonstrar fraqueza ante o período anterior, afirma o economista André Perfeito, o que leva a um dilema, em sua visão.
Segundo Perfeito, os indicativos são de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode a elevar os juros por conta da deterioração das expectativas, mas uma eventual a alta de juros deve encontrar uma atividade fraca.
“Temos assim um dilema e uma oportunidade. Ou bem a autoridade monetária ignora a atividade mais fraca e se mantém com os dois pés na canoa do Focus, ou bem o Copom pode usar a atividade mais fraca para apontar que o trabalho sujo da Selic de desacelerar a economia já está em curso, logo não seria necessário subir a taxa”.
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