Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira
Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Wall Street inicia em tom positivo a semana mais curta, em razão do feriado de Natal, após dados mais brandos de inflação na semana passada.
A expectativa é que a Apple tenha uma forte temporada de festas de fim de ano, enquanto o petróleo registra leves perdas.
Ainda nos EUA, Donald Trump ameaçou retomar o controle do Canal do Panamá, enquanto o crescimento do Reino Unido estagnou no terceiro trimestre.
Aqui no Brasil, apesar da semana mais curta, teremos uma série de dados econômicos relevantes.
Confira agora mais detalhes dos assuntos mais importantes desta manhã.
1. A Apple está pronta para uma forte temporada de férias - Wedbush
Pode ser interessante para os investidores acompanhar as ações da Apple (NASDAQ:AAPL) nas próximas semanas, uma vez que se espera que a fabricante do iPhone registre um excelente período festivo, conforme indicações da Wedbush.
A Apple está incorporando o ChatGPT da OpenAI em seus dispositivos, disponibilizando uma funcionalidade há muito esperada antes do auge da temporada de compras de final de ano, que é a fase mais rentável para a companhia.
"Acreditamos que a Apple está posicionada para uma próspera temporada de festas, com as atualizações do iPhone 16 em sua base instalada mostrando tendências positivas para o Natal, conforme nossas últimas análises da cadeia de suprimentos na Ásia", comentaram os analistas da Wedbush em um comunicado.
É fundamental destacar que a Apple Intelligence ainda não foi lançada na China ou em muitos outros países, informou a companhia de serviços financeiros, com previsão de lançamento dessas funcionalidades de IA em abril, junto com a nomeação iminente de um parceiro tecnológico chinês para impulsionar este lançamento nesse mercado crucial.
"Acreditamos que a Apple está no caminho para alcançar uma capitalização de mercado de US$ 4 trilhões no início de 2025, tornando-se o primeiro integrante deste seleto grupo", acrescentou a Wedbush.
Os futuros de ações dos EUA registraram alta no começo de uma semana reduzida pelo feriado, com o clima positivo influenciado por um relatório moderado sobre a inflação dos EUA, além da expectativa de evitar um bloqueio governamental.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futures mostrava estabilidade, o S&P 500 futures avançou 24 pontos, ou 0,19%, e o Nasdaq 100 futures cresceu 128 pontos, ou 0,32%.
Wall Street se fortaleceu na sexta-feira, após o indicador do Federal Reserve, o núcleo da inflação dos EUA, revelar números inferiores aos esperados, com a esperança de que isso possa levar a mais reduções nas taxas de juros no próximo ano.
Os futuros dos fundos do Fed oscilaram para sinalizar uma probabilidade de 53% de redução nas taxas em março e 62% em maio, embora apenas duas diminuições de um quarto de ponto percentual, para 3,75% a 4,0%, estejam projetadas para todo o ano de 2025.
Além disso, o presidente Joe Biden promulgou uma lei de orçamento no sábado que preveniu uma paralisação do governo, mantendo o financiamento dos órgãos federais nos níveis atuais pelos próximos três meses.
Apesar dos lucros antecipados para a segunda-feira, os analistas do BofA (NYSE:BAC) apontaram que o S&P 500 acumulou uma valorização de 23% no ano, mas que, se as 12 maiores empresas fossem excluídas, o ganho seria de apenas 8%. Eles alertaram que essa concentração extremada pode representar uma vulnerabilidade em 2025.
A atividade do mercado deve ser relativamente tranquila durante a semana. A Bolsa de Valores de Nova York encerrará suas atividades mais cedo na terça-feira, véspera de Natal, e o mercado permanecerá fechado no dia de Natal.
2. A economia do Reino Unido não cresceu no terceiro trimestre
A produção econômica britânica não cresceu no terceiro trimestre, sugerindo que o Banco da Inglaterra terá que cortar as taxas de juros novamente em 2025, mesmo com os formuladores de políticas preocupados com o nível de inflação.
Uma estimativa preliminar para o período de julho a setembro divulgada pelo ONS em novembro havia mostrado um crescimento de 0,1% no Produto Interno Bruto, mas o órgão reduziu o número para 0,0% na segunda-feira.
O ONS também reduziu sua estimativa de crescimento no segundo trimestre para 0,4% em relação aos 0,5% anteriores.
Na semana passada, o Banco Central Europeu manteve os custos dos empréstimos em suspenso, depois que o IPC do Reino Unido aumentou 2,6% nos 12 meses até novembro, o nível mais alto dos últimos oito meses, de 2,3% em outubro.
Isso significa que a inflação ficou acima da meta do BoE por dois meses consecutivos, e o alto crescimento dos salários destacou os riscos que a inflação ainda representa.
No entanto, o banco central do Reino Unido também previu que a economia apresentará crescimento zero no quarto trimestre, enquanto um dos principais grupos empresariais do Reino Unido, o CBI, disse que sua última pesquisa com empresas sugeria que "a economia está caminhando para o pior dos mundos".
O CBI, que afirma representar 170.000 empresas, disse que as empresas esperam "reduzir tanto a produção quanto as contratações" e aumentar os preços como resultado dos aumentos de impostos anunciados no orçamento do governo.
O novo governo trabalhista alertou sobre a péssima situação da economia do Reino Unido quando assumiu o poder no verão, antes de anunciar aumentos de impostos para os empregadores em um orçamento em 30 de outubro.
3. Trump ameaça retomar o canal do Panamá
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou restabelecer o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá no domingo, outro exemplo da tendência do novo presidente de tentar a diplomacia com o punho cerrado.
Trump acusou o Panamá de cobrar taxas excessivas para usar a passagem da América Central, que permite que os navios cruzem entre os oceanos Pacífico e Atlântico, dizendo aos apoiadores em um evento no Arizona que os EUA estavam sendo "roubados no Canal do Panamá".
Ele também disse estar preocupado com a possível influência chinesa na região, afirmando que não deixaria o canal cair nas "mãos erradas".
Uma empresa sediada em Hong Kong opera portos nas duas extremidades do canal, e a China se ofereceu para apoiar investimentos na região, mas a hidrovia é controlada por uma agência do governo panamenho.
CONFIRA: Cotações das commodities
4. O petróleo inicia a semana oscilando
Os preços do petróleo oscilavam na segunda-feira, após dados de inflação mais frios do que o esperado e o Senado dos EUA ter aprovado uma legislação para encerrar a breve paralisação no fim de semana.
Às 8h02, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíram 0,35%, para US$ 69,22 por barril, enquanto o contrato Brent recuou 0,32%, para US$ 72,33 por barril.
O presidente Joe Biden aprovou, no fim de semana, um projeto de lei de gastos provisório que aprova o financiamento do governo até março, acabando com as preocupações de que uma paralisação, especialmente durante a temporada de férias, interromperia as viagens e prejudicaria a demanda por combustível.
Os mercados de petróleo também foram apoiados por um arrefecimento nas pressões sobre os preços, o que abriu a possibilidade de mais cortes nas taxas de juros do Fed no próximo ano, potencialmente impulsionando a atividade econômica.
Ambos os índices de referência do petróleo caíram mais de 2% na semana passada, devido a preocupações sobre o crescimento econômico global e a demanda de petróleo.
5. Dados econômicos brasileiros na semana do Natal
Apesar de a semana de Natal ser mais curta, a agenda não foi esvaziada, e terá, além do tradicional Boletim Focus nesta segunda, com perspectivas de economistas sobre os principais dados econômicos, que passaram por forte deterioração nas últimas semanas, indicadores de emprego e a prévia da inflação.
Estatísticas do setor externo serão divulgadas pelo Banco Central nesta segunda, além do Focus. Após as festividades, na quinta, a instituição apresenta as estatísticas do mercado aberto e, na sexta, dados monetários e de crédito.
Mas o dia de maior destaque será a sexta. Dados do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), considerado a inflação do aluguel, além da prévia da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), estão no calendário, assim, como indicadores a taxa de desemprego e dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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