O que faria o Fed interromper a queda de juros em novembro?

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Investing.com — O forte relatório de empregos (payroll) de setembro, juntamente com revisões para cima do PIB e da Renda Nacional Bruta, sugere que o corte de 50 pontos-base (pb) na taxa de juros realizado pelo Federal Reserve no mês passado "não foi justificado", na visão de estrategistas do Bank of America (NYSE: BAC).

O BofA destacou que suas discussões com clientes mudaram rapidamente de um debate sobre a possibilidade de o banco central americano cortar 25 pb ou 50 pb em novembro para questionamentos sobre a necessidade efetiva de um corte. Alguns até especulam se o Fed poderia pular a redução de novembro para compensar o corte maior do que o esperado em setembro.

CONFIRA: Curva de juros dos EUA

No entanto, os estrategistas do banco acreditam que, mesmo que o Fed reconheça que o corte de setembro foi exagerado, é improvável que isso o impeça de reduzir a taxa em 25 pb em novembro, especialmente com dados robustos do mercado de trabalho.

"O dirigente Waller sugeriu isso em seus comentários mais recentes. Enquanto o Fed estiver confiante de que o processo de desinflação está no caminho certo, pode continuar reduzindo os juros até alcançar o nível neutro," afirmaram os estrategistas em uma nota na terça-feira.

Embora o mercado de trabalho tenha recentemente ofuscado as preocupações com a inflação, a atenção está voltando para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com a divulgação dos dados na quinta-feira. O BofA prevê uma leitura do núcleo do IPC de 0,3% mês a mês, acima do consenso, mas acredita que o núcleo do PCE será mais moderado, em 0,2%.

O banco observa que esse resultado deve ser suficientemente suave para permitir ao Fed prosseguir com o corte de 25 pb em novembro, já que a taxa anualizada "deve cair devido a efeitos de base favoráveis", e o presidente Powell obteve maior flexibilidade ao "minimizar a rigidez da inflação habitacional", segundo os estrategistas.

Nas últimas semanas, o termo "dependência de dados", popularizado pelo economista Mohamed El-Erian, ex-CEO da PIMCO, tem capturado a crescente sensibilidade do mercado aos dados macroeconômicos.

Os estrategistas do BofA concordam, afirmando que, embora seja natural que o Fed dependa dos dados, nem todas as surpresas econômicas têm o mesmo peso.

Ainda assim, o foco do Fed em não ficar atrás da curva "fez com que os mercados reagissem a surpresas nos dados como se fossem todas relevantes e sem ruído. E isso provavelmente não mudará tão cedo", concluíram os estrategistas.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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