Situação fiscal brasileira “é ruim, mas foi pior no passado” - BofA
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Investing.com – O cenário das contas públicas brasileiras é ruim, mas foi pior no passado, avalia o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) em relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 04. De acordo com o banco, o estresse nos mercados e do dólar nas últimas semanas foi ruim o suficiente para fazer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconsiderar e amenizar o tom. “E isso é bom”, destaca. O banco segue comprado em real contra o iene japonês.
No documento, Ezequiel Aguirre, Natacha Perez, Christian Gonzalez Rojas, David Beker e David Hauner apontam que a liquidação nos mercados teria sido grande o suficiente, indicando que estaria “praticamente concluída”.
A forte desvalorização da moeda brasileira levou o governo a entender que era preciso uma resposta, levando ao tom mais ameno. Além da situação fiscal e cenário externo, o presidente Lula vinha trazendo duras críticas ao patamar da taxa de juros, à atuação do Banco Central e à condução do seu presidente, Roberto Campos Neto.
Com isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que a equipe econômica trabalha para o cumprimento da meta fiscal e busca atingir a meta de déficit zero no ano que vem, indicando cortes de gastos.
Os especialistas recordam que a política fiscal requer aval do Congresso, maioria de Centro-Direita, e que em algumas situações “Lula tende a ser pragmático”, mencionando a alta recente do dólar e, possivelmente, a escolha do próximo presidente do BC.
Expectativas desancoradas
Os especialistas do BofA avaliam como notável o patamar elevado das taxas de juros estimadas pelo mercado, dadas as expectativas de inflação que consideram como baixas. “As expectativas de inflação para o ano seguinte são de 3,6% atualmente, seria de se esperar que as taxas de juros para o ano seguinte ficassem em torno de 6,5%. Ou, dito de outra forma, o nível atual das taxas de juros de 1 ano de 11,36% seria historicamente consistente com as expectativas de inflação em torno de 5,4%”, compara.
Os especialistas sugerem ainda a possibilidade de que as estimativas de consenso talvez estejam indicando inflação mais favorável do que pode ocorrer de fato, diante da depreciação do real em 2024. O banco espera que a Selic fique no mesmo patamar até o final deste ano e registre cortes até chegar ao patamar de 9% no final do ano que vem. Além disso, projeta inflação de 3,5% ao fim do próximo ano.
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