Dólar sobe no exterior antes de dados de inflação e falas de dirigentes do Fed

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Investing.com — O dólar norte-americano ampliou ganhos nesta segunda-feira, sustentando o otimismo gerado pela nova presidência de Donald Trump. A expectativa agora está voltada para dados cruciais de inflação e uma série de discursos de autoridades do Federal Reserve ao longo da semana.

Às 8h de Brasília, o Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de outras seis divisas, avançava 0,45%, alcançando 105,367, após acumular alta de 0,6% na última semana.

O dólar atingiu seu maior nível em quatro meses na semana passada, após Trump confirmar sua volta à Casa Branca. Suas políticas tarifárias e de imigração são vistas como potencialmente inflacionárias, o que pode levar o Federal Reserve a reduzir os juros de forma mais lenta e moderada.

Embora a alta da moeda tenha perdido força após o corte de juros do Fed, grande parte dos ganhos recentes foi mantida.

“Os críticos do dólar agora argumentam que as tarifas levarão tempo para surtir efeito e que a reorientação do Fed para uma política menos restritiva, combinada com padrões sazonais do dólar no final do ano, pode levar a um declínio gradual da moeda,” avaliaram analistas do ING em relatório.

“Discordamos e acreditamos que o resultado eleitoral claro pode melhorar o sentimento de consumidores e empresas nos EUA, ao mesmo tempo em que pesa sobre a confiança empresarial em outras partes do mundo.”

A movimentação deve ser limitada nesta segunda-feira, com os mercados de títulos dos EUA fechados devido a um feriado nacional. A atenção agora se volta para os dados de inflação ao consumidor de outubro, previstos para quarta-feira.

Além disso, diversos membros do Federal Reserve farão declarações ao longo da semana, após o banco central cortar os juros em 25 pontos-base na última semana.

Euro se enfraquece

Na Europa, o euro (EUR/USD) recuava 0,51%, negociado a 1,0663, pressionado pelas propostas de Trump para tarifas sobre importações, o que pode prejudicar as exportações europeias, além da instabilidade política na Alemanha, maior economia da zona do euro.

Na semana passada, o chanceler Olaf Scholz demitiu seu ministro das Finanças, abrindo caminho para uma possível eleição antecipada após meses de conflitos em sua coalizão de três partidos.

Relatórios recentes indicam que um voto de desconfiança pode ocorrer em dezembro, com eleições já em fevereiro. Segundo o ING, “parece improvável uma reviravolta completa na posição fiscal alemã neste momento. Assim, o foco deverá recair sobre o Banco Central Europeu para sustentar a economia da zona do euro.” A expectativa é de um corte de 50 pontos-base pelo BCE em dezembro.

A libra (GBP/USD) caía 0,20%, para 1,288, após o Banco da Inglaterra realizar seu segundo corte de juros desde 2020 na quinta-feira, reduzindo a taxa de 5% para 4,75%.

O governador Andrew Bailey fará um discurso importante na Mansion House na quinta-feira, enquanto os mercados aguardam novas diretrizes sobre a política monetária após o orçamento expansionista apresentado pelo governo trabalhista.

“Dado que a economia britânica tem apresentado bom desempenho e que as políticas de Trump podem gerar pressões inflacionárias, Bailey talvez evite reiterar que os juros no Reino Unido podem ser reduzidos mais rapidamente do que o esperado,” afirmou o ING.

Iuan se enfraquece após pacote de dívida

O iuan (USD/CNY) subia 0,2%, para 7,1934, mantendo-se próximo ao maior patamar em três meses, após o Congresso Nacional do Povo da China aprovar um novo pacote de estímulos fiscais.

O pacote, de 10 trilhões de iuanes (US$ 1,4 trilhão), visa aliviar os níveis de dívida de governos locais. Contudo, decepcionou investidores que esperavam medidas fiscais mais específicas.

O iene (USD/JPY) se desvalorizava 0,8%, para 153,83, com a moeda japonesa enfraquecida após a ata da reunião de outubro do Banco do Japão revelar divisões entre os formuladores de políticas sobre novos aumentos de juros.

A incerteza sobre os próximos passos do BOJ agrava o cenário para o iene, já pressionado pela instabilidade política no Japão, após o Partido Liberal Democrático perder a maioria parlamentar no mês passado.

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