Dólar mantém alta no exterior, e euro toca mínima de dois anos
Investing.com – O dólar atingiu um novo pico nesta sexta-feira, 22, valorizando-se contra as principais moedas, com destaque para o euro, diante de sinais cada vez maiores de fraqueza na economia da região.
Às 8h de Brasília, o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de outras seis importantes divisas, valorizava-se 0,35%, alcançando 107,340 pontos, depois de tocar seu maior nível desde o início de outubro de 2023.
Neste mês, o dólar já acumulou valorização de cerca de 3%, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que gerou expectativas de políticas que poderiam reacender a inflação e limitar a margem do Federal Reserve para cortes nas taxas de juros.
Dados divulgados na quinta-feira sobre o mercado de trabalho reforçaram esse movimento, com uma queda inesperada nos pedidos de auxílio-desemprego.
“Declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams, ajudaram a estimular a compra do dólar. Ele afirmou que os EUA ainda não atingiram o objetivo de controle da inflação e que o mercado de trabalho precisa enfraquecer ainda mais antes de se considerar uma flexibilização monetária”, apontaram analistas do ING em nota.
A probabilidade de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros recuou para 57,8%, frente a 72,2% na semana passada, de acordo com o FedWatch do CME.
A condição do dólar como ativo seguro também tem sido reforçada pelo agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia. “Os investidores estão reagindo de forma mais cautelosa à escalada no conflito, o que aumenta a busca por ativos de refúgio como o dólar”, acrescentou o ING.
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Euro sofre queda expressiva
Na Europa, o euro (EUR/USD) chegou a recuar 0,8%, para 1,0389, mais cedo, marcando seu menor valor em dois anos. A moeda única enfrenta pressões devidas à perspectiva econômica enfraquecida da região e aos impactos dos acontecimentos na Ucrânia.
Dados divulgados nesta sexta-feira mostraram uma desaceleração inesperada na atividade econômica da zona do euro. O setor de serviços, que é predominante na região, registrou contração, enquanto a manufatura aprofundou sua recessão, segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto preliminar da S&P Global. O indicador caiu para 48,1 em novembro, o menor nível em 10 meses, abaixo da marca de 50, que separa expansão de retração.
“O índice passou a ser um componente essencial nas decisões de política monetária, dado o foco crescente do Banco Central Europeu em indicadores que antecipam o comportamento da economia”, analisou o ING.
Outros dados mostraram que a economia alemã, a maior da zona do euro, cresceu menos do que o esperado no terceiro trimestre, com expansão de apenas 0,1%, abaixo da estimativa inicial de 0,2%.
A libra esterlina (GBP/USD) também caía 0,4%, para 1,2536, menor nível em relação ao dólar desde maio. A atividade econômica no Reino Unido também contraiu pela primeira vez em mais de um ano. O PMI composto preliminar da S&P Global caiu para 49,9 em novembro, abaixo do limiar de 50, marcando retração após 13 meses de crescimento.
Iene se valoriza com dados de inflação no Japão
O iene (USD/JPY) valorizava-se 0,1%, para 154,38, após o índice de preços ao consumidor do Japão indicar uma alta ligeiramente superior às expectativas em outubro. O núcleo da inflação ultrapassou a meta anual do Banco do Japão, alimentando apostas de que a instituição pode realizar um novo aumento nas taxas de juros.
O iuane (USD/CNY) caía 0,2%, para 7,2491, próximo ao menor valor em quatro meses contra o dólar. A moeda chinesa registrou uma desvalorização acumulada de 1,8% em relação ao dólar em novembro, impactado pela falta de estímulos significativos por parte do governo chinês, o que pressionou os mercados locais.
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