Investing.com – No último mês, mudanças na política dos Estados Unidos alteraram as expectativas do mercado, ultrapassando a influência do Federal Reserve (Fed) sobre o dólar (USD).
Inicialmente, a moeda americana parecia ter alcançado seu ponto máximo, especialmente diante do enfraquecimento dos indicadores econômicos dos EUA e da preparação do Fed para um ciclo de afrouxamento monetário.
A eleição presidencial dos EUA, agendada para 5 de novembro, parecia distante o suficiente para que as ações do Fed fossem predominantes nos movimentos do mercado.
No entanto, fatores políticos recentes e um aumento na probabilidade de uma vitória de Donald Trump levaram o mercado a antecipar esse evento importante mais cedo do que o esperado, conforme indicado pelos analistas da Macquarie em uma nota.
Com isso, a expectativa agora é que qualquer desvalorização do dólar, induzida pelo Fed, seja breve e superficial, afetando especialmente pares de moedas sensíveis a juros, como o iene, que pode cair para 142 frente à moeda americana em dezembro, segundo os analistas.
Prevê-se um fortalecimento generalizado do dólar, afetando especialmente as moedas e economias vulneráveis a uma possível presidência de Trump, como o yuan chinês (CNY) e o dólar taiwanês (TWD).
Cenários eleitorais e previsões para o câmbio:
Vitória democrata: Uma vitória dos democratas provavelmente resultaria em uma desvalorização leve e generalizada do dólar, impulsionada pelos cortes nas taxas de juros pelo Fed. As previsões de câmbio anteriores permaneceriam em grande parte válidas, com algumas atualizações menores.
Vitória de Trump: Uma vitória de Trump poderia ter um impacto significativo nos mercados de câmbio. Tarifas mais elevadas dos EUA sobre as exportações chinesas podem levar à desvalorização do CNY em 5%, elevando o USDCNY para 7,50 antes da posse em 20 de janeiro. O dólar australiano (AUD) poderia cair para 0,64 devido às repercussões econômicas. O euro (EUR) poderia cair para 1,06 em dezembro e para 1,05 em meados de 2025, se tarifas globais dos EUA e possíveis cortes mais profundos pelo Banco Central Europeu (BCE) se materializarem.
América Latina:
CLP: O peso chileno (CLP) é considerado estruturalmente forte devido à importância de sua cesta de exportação na transição energética.
MXN: Espera-se que o peso mexicano (MXN) se saia bem em qualquer cenário eleitoral nos EUA.
BRL e COP: O real brasileiro (BRL) e o peso colombiano (COP) podem enfrentar desafios, devido a preocupações contínuas com a responsabilidade fiscal no segundo semestre de 2024.
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