Instabilidade no Oriente Médio leva petróleo acima de US$ 80 por barril

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Investing.com -- Os preços do petróleo iniciaram a semana em alta, devido a relatos de que não houve avanços nas negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas, ao mesmo tempo em que as tensões aumentaram na região, após ataques israelenses no Líbano contra o Hezbollah.

Às 9 h de Brasília, o barril do petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), se valorizava 2,69%, a US$ 80,22, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, subia 2,86%, cotado a US$ 76,92.

CONFIRA: Cotação das principais commodities

Na semana passada, o mercado petrolífero se beneficiou do otimismo com a possível redução das taxas de juros nos Estados Unidos, depois que declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reforçaram as expectativas de um corte em setembro.

No entanto, reportagens indicaram que as negociações entre o Hamas e Israel no Cairo não lograram um acordo para um cessar-fogo durante o fim de semana, diminuindo as possibilidades de uma redução do conflito que já dura 10 meses.

Autoridades dos EUA consideraram as conversas produtivas, apesar de a ausência de um acordo ter abalado comentários previamente otimistas de funcionários americanos. Contudo, as negociações devem prosseguir nos próximos dias.

Os confrontos entre o Hezbollah e Israel durante o fim de semana também complicaram as chances de um cessar-fogo, apesar de ambas as partes declararem não desejar uma escalada.

Segundo a Reuters, houve interrupções na produção de petróleo da Líbia, com o fechamento de todos os campos pelo governo de Bengasi nesta segunda-feira, o que afetou as exportações do país.

A instabilidade no Oriente Médio fez com que os operadores do mercado atribuíssem um prêmio de risco ao petróleo, apostando que o prolongamento das tensões entre Israel e Hamas poderia desestabilizar a produção na região rica em petróleo.

A crescente expectativa de redução das taxas de juros nos Estados Unidos também sustentou os preços do produto, com os operadores apostando que a maior economia do mundo conseguirá evitar uma recessão profunda.

O dólar atingiu a menor cotação em 13 meses, favorecendo os mercados petrolíferos, uma vez que o enfraquecimento da moeda americana torna a commodity mais acessível para os compradores internacionais.

A redução das taxas de juros pelo Federal Reserve em setembro é amplamente antecipada, embora haja divisão entre os operadores sobre um corte de 25 ou 50 pontos-base.

Os dados recentes sobre os estoques nos Estados Unidos mostraram que a demanda por combustíveis se mantém robusta, estimulando apostas de que a demanda por petróleo continuará forte.

Entretanto, as persistentes preocupações com uma desaceleração econômica na China, principal importador de petróleo, limitaram os avanços nos preços do barril.

(Com contribuição de Julio Alves)

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