Piso de US$ 75 para o petróleo deve resistir a temores macro - Goldman

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Investing.com -- Em uma nota recente, analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) atribuíram a recente queda de 6% nos preços do barril de petróleo Brent a temores recessivos macroeconômicos.

Apesar dessas preocupações, o banco sustenta que os preços do petróleo se manterão acima do patamar de US$ 75, apoiados por uma série de fatores, como a demanda contínua por petróleo, o risco limitado de recessão e a possível recuperação do posicionamento especulativo.

Os estrategistas da instituição financeira de Wall Street observam que a recente queda significativa nos preços do petróleo, paralelamente às quedas nos preços das ações e nos rendimentos dos títulos, indica que os temores macroeconômicos, e não fatores intrínsecos ao mercado de petróleo, estão por trás da venda.

A análise revela que a demanda por petróleo continua forte nas economias ocidentais e na Índia. Nos EUA, a demanda por gasolina e o consumo de derivados de petróleo na Europa, bem como o uso de combustível de aviação nos países da OCDE, estão crescendo acima da média. Em maio, a demanda de petróleo dos EUA atingiu um recorde, e a demanda da Índia em julho também mostrou um forte aumento, segundo dados das refinarias estatais.

Embora o Goldman Sachs tenha aumentado ligeiramente a probabilidade de recessão nos EUA para 25%, os analistas ainda veem o risco de recessão como limitado, dada a solidez dos dados econômicos, a ausência de grandes desequilíbrios financeiros e a margem de 525 pontos-base para cortes pelo Fed.

Os analistas acreditam que o recente aumento na taxa de desemprego é menos alarmante do que em ciclos anteriores, devido à baixa taxa de demissões permanentes e atritos temporários no mercado de trabalho.

O Goldman também vê um potencial de recuperação do posicionamento especulativo nos mercados de petróleo. O posicionamento especulativo atual está em níveis baixos, oferecendo uma oportunidade para recuperação à medida que o sentimento de crescimento melhora.

Os analistas esperam que dados econômicos resilientes, como pedidos iniciais de auxílio-desemprego mais baixos nos EUA e crescimentos sequenciais no emprego e no PIB do terceiro trimestre na China, sustentem essa recuperação.

Apesar da confiança em um piso de US$ 75, o Goldman Sachs identifica vários riscos de queda na faixa de US$ 75-90 para os preços do Brent, especialmente para 2025. Estes riscos incluem:

  • Risco de recessão: em um cenário de recessão moderada, os preços do petróleo poderiam cair US$ 30, potencialmente alcançando US$ 51 por barril.

  • Possíveis tarifas comerciais: novas tarifas comerciais, especialmente num possível segundo mandato de Trump, poderiam enfraquecer o PIB e a demanda por petróleo.

  • Elevada capacidade ociosa: a alta capacidade ociosa na Opep  e estoques comerciais confortáveis na OCDE diminuem a sensibilidade do petróleo a eventos geopolíticos e choques de oferta.

  • Riscos de demanda da China: Previsões fracas de demanda da China podem pressionar ainda mais os preços para baixo.

Mudança estratégica para o ouro 

Devido aos crescentes riscos de queda nos preços do petróleo, o Goldman Sachs recomenda que as posições compradas em ouro agora oferecem o melhor valor de hedge entre as commodities para os portfólios.

Eles mantêm uma previsão de alta no preço do ouro de US$ 2.700 para 2025, destacando os benefícios do ouro como proteção contra choques geopolíticos, tarifas comerciais e sanções financeiras.

Além disso, o ouro é considerado um ativo seguro contra choques negativos na demanda agregada e deve se beneficiar dos prováveis cortes nas taxas do Fed e do aumento das compras pelos bancos centrais.

Às 12h de Brasília, o preço do barril de petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 1,02%, a R$ 77,00, enquanto o ouro era negociado a US$ 2428,00, uma queda de 0,67%.

Isenção de responsabilidade: este artigo representa apenas a opinião do autor e não pode ser usado como consultoria de investimento. O conteúdo do artigo é apenas para referência. Os leitores não devem tomar este artigo como base para investimento. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure orientação profissional independente para garantir que você entenda os riscos.

 

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