Novas restrições a exportações nos EUA devem afetar ações de tecnologia
Investing.com — A volatilidade no setor de tecnologia pode aumentar após a mais recente rodada de restrições dos EUA às exportações de chips, de acordo com estrategistas do UBS.
Os Estados Unidos teriam ordenado que a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (BVMF:TSMC34) (NYSE:TSM) suspenda o fornecimento de chips avançados utilizados em aplicações de inteligência artificial (IA) para clientes da China continental a partir de segunda-feira, 11 de novembro.
Segundo reportagem da Reuters, as restrições, detalhadas em uma carta do Departamento de Comércio, aplicam-se a chips com designs de 7 nanômetros ou mais avançados.
As ações da TSMC, listadas nos EUA, caíram mais de 3% na segunda-feira.
Essa diretiva foi emitida logo após a recente eleição presidencial nos EUA, em um cenário no qual o mercado já aguardava novas restrições à exportação de chips no quarto trimestre.
O Departamento de Comércio introduziu restrições similares pela primeira vez em outubro de 2022, com o compromisso de revisar essas medidas anualmente. Naquele momento, cartas foram enviadas a empresas como Nvidia (BVMF:NVDC34) (NASDAQ:NVDA), Advanced Micro Devices (BVMF:A1MD34) (NASDAQ:AMD) e fabricantes de equipamentos, limitando a exportação de chips avançados de IA para a China. Posteriormente, essas diretrizes foram formalizadas, ampliando os impactos para um número maior de empresas.
Estrategistas do UBS destacam que a volatilidade no setor de semicondutores "deve aumentar à medida que mais detalhes sobre a nova rodada de controles de exportação forem revelados", acrescentando que tarifas potenciais durante um segundo mandato de Donald Trump podem trazer novos desafios.
Sem focar em ações específicas, o UBS mantém confiança de que fundamentos sólidos continuarão sustentando empresas de semicondutores de alta qualidade, que se beneficiam do crescimento relacionado à IA.
Com a dissipação da incerteza, os estrategistas do UBS esperam que os investidores retomem o foco nos fundamentos do setor.
Exemplos passados, como em outubro de 2022 e 2023, mostram que ações de semicondutores no Índice de Filadélfia de Semicondutores registraram quedas de 15% a 20% devido ao temor das restrições, mas se recuperaram conforme os impactos se mostraram administráveis.
“Embora as implicações mais amplas das novas restrições ainda não estejam claras neste momento, acreditamos que os investidores vão além das manchetes e avaliarão os impactos específicos em cada empresa à medida que os detalhes forem divulgados”, afirmaram estrategistas liderados por Mark Haefele.
Além disso, o compromisso das Big Techs com investimentos em IA segue sendo um motor para as ações de semicondutores ligados a tendências de inteligência artificial.
Projeções indicam que grandes empresas de tecnologia devem aumentar os gastos relacionados à IA em 50% este ano, atingindo US$ 222 bilhões, com um crescimento adicional de 20%, para US$ 267 bilhões, em 2025.
De acordo com o UBS, as maiores beneficiadas por esse aumento de gastos são empresas focadas em semicondutores voltados para IA, especialmente em áreas como unidades de processamento gráfico (GPUs), chips personalizados e memórias de alta largura de banda (HBM).
A demanda robusta por IA é reforçada ainda pelo crescimento acelerado da computação em nuvem e pela adoção de IA em diferentes setores, acrescentaram os estrategistas.
De forma geral, o UBS sugere que os investidores se preparem para a volatilidade e considerem estratégias para gerenciar sua exposição. Por exemplo, investidores com baixa exposição à IA podem adotar estratégias estruturadas para ganhos de longo prazo, enquanto aqueles com alta exposição podem explorar opções para preservar capital.
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