HSBC rebaixa Azul e corta preço-alvo, mas eleva recomendação da Gol

Investing.com – Analistas do HSBC rebaixaram as ações da Azul (BVMF:AZUL4) de compra para manutenção, com preço-alvo passando de R$17 para R$5, enquanto elevaram as ações da Gol (BVMF:GOLL4) de redução para manutenção, com preço-alvo mantido em R$1, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado nesta quinta-feira, 05.

“Assumimos agora uma postura mais cautelosa em relação à Azul após o novo fluxo recente em relação à sua busca por refinanciamento para gerenciar seu cronograma de pagamentos com detentores de títulos e arrendadores”, destacaram os analistas Cenk Orcan e Jorge Hernandez.

O banco afirma que o setor aéreo brasileiro segue pressionado pela situação financeira do pós-pandemia e demonstra preocupação com a fraqueza do real, enquanto considera as medidas de auxílio do governo, com um pacote de ajuda, com timing incerto.

Azul rebaixada

O banco avalia como saudável a demanda por viagens no Brasil, ainda que a expansão esteja em desaceleração após rápida recuperação entre meados de 2022 e o final de 2023.

Os analistas recordam que a Azul revisou o guidance para 2024 para o crescimento de capacidade, passando de 11% ao ano para 7% ano, e também cortou a perspectiva para o Ebitda, que era de acima de R$6,5 bilhões, para R$6 bilhões.

A companhia aérea foi afetada com enchentes causadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que levaram ao fechamento temporário do Aeroporto de Porto Alegre, e ainda sofre com atrasos na entrega de aeronaves.

A Azul poderia renegociar sua dívida e melhorar o seu balanço e a sua posição de liquidez, mas custos podem estar envolvidos, alerta o HSBC, mencionando possível diluição em nova estrutura de capital, ou nova emissão de dívida, ou uma combinação destas duas alternativas.

Gol elevada

Os analistas ressaltam sinais positivos indicados nos últimos dados de tráfego, referentes a julho, que foram divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), após acordo com a Azul.

O início da alta temporada de viagens no Brasil parece promissor, compensando os efeitos negativos das enchentes do RS. O segundo semestre tende a demonstrar melhora no crescimento da capacidade e uma maior recuperação das margens, com apoio ainda do acordo codeshare com a Azul e estabilidade nos preços de combustível de aviação.

Por outro lado, um real mais fraco é um fator a ser monitorado, tendo em vista a parcela dos custos da companhia na moeda americana, que chega a quase metade.

Além disso, o rendimento dos passageiros vem enfraquecendo desde Chapter 11 iniciado em janeiro, ponderam os analistas do HSBC.

Às 13h52 (de Brasília), as ações preferenciais da Azul perdiam 3,46%, a R$4,75, enquanto as da Gol estavam em baixa de 0,93%, a R$1,06.